sexta-feira, 2 de setembro de 2011

DE PARIS A TERESINA

DE PARIS A TERESINA
Há algum tempo assistimo pela imprensa aqueles episódios de grandes depredações na França, principalmente na capital Paris.
As pesquisas indicam que a causa básica dos precitados episódios, têm origens históricas, ou seja, vêm do fato de a França haver invadido várias nações africanas, tendo implantado nestas nações seu sistema colonial, espoliando os povos daquelas nações, com relações de trabalho escravo ou equivalente, se apropriando criminosamente dos meios de produção, das riquezas naturais, enfim levando para a França o que havia de bom, deixando o povo pior que antes.
Fato é que durante séculos, a França e outros países da Europa, dominaram quase todo o continente Africano, roubando e furtando as suas riquezas naturais e depois quando já não lhes interessavam mais a dominação, faziam um simulacro de independência, mas deixando ainda um certo vínculo de dependência, mesmo que tênue.
No caso da França, muitos africanos para lá se dirigiram, pois as ex-colônias foram abandonadas desprovidas de quase tudo em relação ao mundo dito civilizado. Os Africanos na França estudaram, se desenvolveram, criaram raízes, no entanto sempre foram vistos pelos franceses tradicionais, como intrusos, como gente de segunda. Pois bem, no tempo das vacas gordas, em que havia emprego para todo mundo, educação de boa qualidade para todo mundo, previdência social para todo mundo, os afros descendentes foram se instalando e passando um pouco despercebidos. No entanto, agora que as coisas escassearam, que acabou a bonança, a juventude afro descendente passou a sentir na pele o peso e a dor da exclusão social, se viu sem emprego e sem perspectivas, exemplo: termina um curso superior e não encontra um emprego para se manter, constituir família e assim permanece morando e na dependência dos pais.
Em Teresina, a coisa é um pouco parecida, vejamos que há alguns anos um grupo político assumiu a administração da cidade, fez uma maquiagem mais ou menos ilustrada, criou alguns slogans fortes e como a Sociedade Civil era bem desorganizada, a população foi aceitando, convivendo, agüentando, porém como nada dura para sempre e a sociedade é bastante dinâmica, chegou a hora em que a população cansou de ver só a maquiagem e então passou a sentir que o sistema de transpor é caro e de má qualidade, o sistema de saúde é caro e de má qualidade e outros serviços públicos também são de má qualidade e a exclusão social doeu na pele do teresinense como na do afro descendente em Paris. Assim, como no poema: O operário em construção/ que só sabia dizer sim e aprendeu a dizer Não! O povo de Teresina também aprendeu a dizer Não! basta de demagogia e de também de exploração,/ basta de maquiagem e de enganação/ queremos serviço público de qualidade para toda a população.


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