Gaudenciao
Leal de Brito Veja bem, eu sempre fui a
favor de eleição. É uma maravilha. Por meu gosto, se dependesse de mim, as
eleições para todos os cargos seriam anuais. Observa-se que em ano de eleição
todas as pessoas se tornam mais solícitas, mais amáveis. Os candidatos, estes
nem se fala; são facílimos de serem encontrado, estão em todas as praças
esbanjando simpatia, se encontram na rua caminhando livremente como nós outros
mortais, encontram com a gente dando os famosos tapinhas nas costas, se
encontram em todos os eventos muito sorridentes e simples, com roupinhas simples
num grande esforço para se nivelar com povo. O objetivo evidentemente todos
sabemos(fala baixinho, voto). Quanto ás propostas, os programas, cada um melhor
que o outro para resolver todos os problemas das brasileiras e dos brasileiros.
Têm solução para tudo e tudo muito simples, basta que eles cheguem lá na
cadeira que pleiteiam. E note-se que muitos deles já estão na cadeira há algum
tempo, mas querem reeleição porque justificam que o tempo foi pouco ou querem
mudar para uma cadeira com mais poder, porque aí sim resolverão de vez os
problemas do povo. É uma beleza pura, dinheiro que é bom não falta para nada.
Os discursos são sempre muito entusiasmados e empolgantes, alguns eleitores
chegam a se apaixonar pelos candidatos e brigam com outros eleitores que também
se apaixonam pelos seus. Fora essas briguinhas passageiras é um ano
verdadeiramente festivo, lindão. Viva as eleições, haja eleições sempre, de
preferência anualmente. As eleições são tão boas e belas que até encoraja-me a
escrever esta cronicasinha legal, só com uma ironiasinha leve. Esta é a minha
modesta opinião, como democrata convicto que sou. Note-se que os eleitores que
brigam e chegam até a odiar outros eleitores
só porque têm opiniões diferentes e votam em outros candidatos, nem observam
que os candidatos que se digladiam hoje poderão estar aliados na próxima
eleição e muitos deles estiveram aliados em eleições passadas. Por tudo isso, é
muito bom refletir se é sensato e se vale a pena eleitor brigar e ter raiva de
outro eleitor só porque ele vota em candidato deferente do seu.
Esta crônica reflete exatamente a realidade das eleições no Brasil.
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